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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

MERCADO

Lattè Art Contrastes

Thiago Sousa

O Lattè Art é, sem dúvida, um dos mais estimulantes modos de incentivar o consumo de café, pois literalmente seduz o consumidor pelos olhos. Com um excelente blend, uma extração caprichada e um leite perfeitamente vaporizado, a combinação fica irresistível.

A técnica clássica, quando o leite vaporizado é sobreposto ao espresso,  utiliza o creme formado pelos óleos do café como fundo para às alvas figuras desenhadas. Neste caso, é fundamental que o creme seja consistente, com boa estrutura, para acomodar as partículas de gordura do leite, que têm tamanho um pouco maior.

Por isso, é que a destreza do barista ao movimentar a leiteira é decisiva para a criação de belos efeitos visuais.

Nesta foto, a clássica Rosetta, criada e executada por David Schomer, de Seattle, WA, USA, e que é considerada o ícone do Lattè Art.

Uma outra técnica é a que emprega o palito.

Aqui, o fundo é o leite vaporizado, já despejado sobre o espresso. Ou seja, é como se o trabalho fosse em “negativo” em relação à técnica clássica.

Da mesma forma, blends que proporcionem consistente cremes são fundamentais, pois eles servirão de “tinta” para os desenhos.

Também, o leite vaporizado obrigatoriamente tem de apresentar uma boa textura, com os glóbulos de gordura muito bem distribuidos, pois funcionarão como tela.

Na foto ao lado, o “urso” foi executado pelo Yuji Kadowaki, que foi Bi-Campeão do JBC – Japan Barista Championship e Vice-Campeão no WBC – World Barista Championship, em 2005.

E neste pequeno vídeo, veja as duas técnicas em execução em cenas exclusivas com Yuji Kadowaki, em dois momentos, e David Schomer elaborando sua famosa Rosetta nas antigas instalações doEspresso Vivace, em Seattle, WA, meses antes de sua demolição:

Um Café para um Et

Thiago Sousa

Varginha é considerada cidade-polo para a região do Café do Sul de Minas, contando aproximadamente com 200.000 habitantes. É um dos municípios com uma das maiores produções de café em nosso país.

Tradicionais famílias de cafeicultores, bem como antigas fazendas mostram a história do café nessa região.

As principais casas exportadoras de Cafés do Brasil possuem filial e, em muitos casos, armazéns para o preparo de café para a exportação. Para facilitar, há um Porto Seco, que é como se denomina um posto aduaneiro localizado no interior, possibilitando a preparação de toda a documentação de exportação. Assim, basta o container chegar num porto para ser embarcado em navio.

A alguns anos atrás, Varginha ficou famosíssima por um caso cercado de grande mistério ainda hoje: o aparecimento de um ET !

Algumas pessoas afirmaram ter visto um ser do espaço, outros, sua espaçonave, e etecetera e tal. O exército apareceu, negando tudo, de forma que o episódio lembrou o célebre caso do ET de Roswell.

Muito sinistro, não!?

Pois bem, depois disso, a cidade passou a capitalizar sobre o caso, conhecido como o “ET de Varginha”, com estórias como a de que ” o ET viajou o universo para beber um bom café…”.

Monumentos não faltam, como a nave em alumínio que acoberta a caixa d’água da cidade.

Voltando ao café, numa das principais praças da cidade, fica o COMCAFÉ, que é um misto de cafeteria e restaurante na casa onde funcionava anteriormente o Centro de Comércio de Café de Varginha.

Os Centros de Comércio de Café, muito conhecidos pela abreviação ”CCC”, funcionam em locais de onde os cafés partem para os destinos internacionais, sendo o órgão responsável em registrar as exportações do nosso venerado grão. O CCC de Varginha é o único que funciona no interior, justamente pelo fato de que nessa cidade existe um “Porto Seco”. Em função de acordos, os CCCs emitem o mais antigo e um dos mais eficientes documentos de rastreabilidade do mercado: o Certificado da OIC – Organização Internacional do Café. Num outro momento comentarei sobre esse certificado.

O COMCAFÉ é um local muito agradável, decorado com muito bom gosto e um toque pessoal do Cleber Marques de Paiva, atual presidente do CCC de Varginha, tendo salas reservadas e um belo balcão de café, como pode ser visto nesta foto. No almoço, executivos das casas exportadoras e cafeicultores tomam conta do local, entendendo que ali funciona, antes de tudo, um novo segmento do mundo do café.

Sendo espaço do CCC local, é uma interessante e estimulante idéia para difundir em pleno interior mineiro o hábito de se consumir excelentesespressos e suas variantes. Normalmente, os recônditos interioranos têm um atraso em abrigar novidades, mas em Varginha, talvez devido à influência do ET, chegaram rapidinho…

Coca Cola Café!

Thiago Sousa

A revitalização do mercado norte-americano de café, decorrente da fundação da SCAA – Specialty Coffee Association of America e a institucionalização do novo segmento de Specialty Coffeeou Cafés Especiais, na década de 80, aconteceu depois que sua indústria sentiu os efeitos devastadores da concorrência imposta pelas novas bebidas, como refrigerantes, águas e sport drinks.

A concorrência é a forma mais eficiente de estimular inovações sempre.

Outro detalhe importante: para que cada produto se mantenha desejável e, portanto, vendável, também é muito importante que sua imagem continue forte, criando interesse e adesão de novos consumidores.

É o que a Coca-Cola Co. está fazendo agora.

No ano passado foi lançada a Coca-Cola Blak, que é a versão do refrigerante com sabor café. Depois da Cherry Coke, esta foi a grande aposta da companhia que tem seu quartel-general em Atlanta, Georgia, USA.

E, estão prometendo para o próximo ano um novo produto a base de café, que deverá ser semelhante ao que já possui a muitos anos no mercado japonês, que é o café em latas de 170 ml ”ready to drink”.

Especula-se que o nome para o novo produto pode ser um destes três: Truvia, Tevai ou Kahe.

É…ninguém pode ficar eternamente deitado em berço esplêndido…

Juarez do Valle: Uma Homenagem

Thiago Sousa

A região do Cerrado Mineiro começou o convívio com a cafeicultura a partir do início da década de 1970, mais precisamente em 1972, segundo registros do extinto IBC – Instituto Brasileiro do Café, considerando-se o município de Patrocínio como referência.

Devido à característica geo-climática muito diferente das então tradicionais origens produtoras de Cafés do Brasil como a Alta Paulista, Norte do Paraná e Sul de Minas, os cafeicultores que se instalaram nos municípios do Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro e parte do Noroeste de Minas tiveram de vencer muitos desafios, principalmente os relativos à tecnologia agronômica.

O Cerrado era conhecido naquela época como região de terras de pouca fertilidade e, por isso, de baixo valor. 

A busca por tecnologias que fossem adequadas ao clima continental, que define praticamente duas estações no ano, e ao ainda desconhecido solo dos cerrados, fez com que os produtores se organizassem em associações, cuja representatividade institucional alavancou um promissor modelo de interação entre a pesquisa e a produção.

A primeira associação de cafeicultores do Cerrado foi criada em Araguari, vindo, a seguir, a de Patrocínio, de Monte Carmelo e Araxá.

Jovens e ousados, os cafeicultores intuitivamente criaram um novo sistema de organização, onde um organismo passou a congregar as diversas associações que estavam surgindo na região. Esse organismo foi fundado em 1993 e é conhecido como CACCER – Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado, liderarando as ações de marketing institucional e político.

Num período de grande efervecência criativa, nomes como Antônio Reinaldo Caetano, Francisco Sérgio de Assis, Aguinaldo José de Lima e Juarez do Valle se destacaram como verdadeiros motores para o crescimento institucional do Cerrado.

Certamente uma das mais privilegiadas e criativas cabeças era a do Juarez do Valle, então Presidente da Associação de Araxá. 

Talvez por sua impetuosidade, Juarez tenha sido mal compreendido por diversas vezes, mas sempre havia um toque criativo seu que o fazia reconciliar com todos.

O seu momento genial foi quando teve o repente para criar uma logomarca para a nova região, que está na foto acima.

Juarez comentava que essa logomarca, que hoje é vista nos principais destinos consumidores de café, ele “enxergou” quando estava amarrando os seus sapatos, sentado numa cadeira.

Seus pés estavam formando um ângulo entre si e ele visualizou os ramos estilizados de café com um grão cereja no centro. Rapidamente pegou uma caneta e num pedaço de papel começou a fazer os primeiros esboços, que logo se tornaram numa das logomarcas mais representativas do universo dos Cafés do Brasil. Coisa genial.

Nos últimos tempos, Juarez estava envolvido na promissora área de biodiesel e considerava-se muito feliz.

Mas, no dia 31 de julho ele nos deixou, de forma repentina, vítima de um ataque fulminante. 

A cafeicultura brasileira e, em particular, da região do Cerrado Mineiro tem uma grande perda.

Sempre sonhador, Juarez tinha grandes planos e projetos, que provavelmente estará realizando nos campos celestiais…

Nesta foto, uma homenagem ao Juarez:

Café outros cultivos

Thiago Sousa

É normal ver lavouras de café cultivadas com outras culturas como o milho e feijão, em modelo que é chamado de “consorciamento”.

A idéia básica é a de que essas outras culturas, que normalmente têm o seu ciclo de produção mais rápido, ajudem no custeio do cafezal, gerando um fonte de receita extra.

É uma prática muito comum entre os produtores da agricultura familiar que, devido ao pequeno espaço disponível, têm a necessidade de aproveitar bem cada pedaço de solo.

Um exemplo interessante é este, em que o café está cultivado juntamente com bananeiras.

O Márcio Heleno, do Sítio São Benedito, de Dom Viçoso, Serra da Mantiqueira, MG, posa ao lado de sua lavoura consorciada.

Observe agora, em “close” os grãos amarelos em ponto de plena maturação, quando adquirem coloração dourada… Bonito, não é mesmo?

Pode acontecer o inverso, também: é o caso em que a lavoura de café “financia” uma lavoura ainda mais nobre!

Paulo Celso de Almeida, do Chapadão de Ferro, Patrocínio, MG, fez um plantio consorciado de café com mogno, árvore que fornece nobre madeira de tons avermelhados, muitíssimo apreciada pelos ingleses.

É uma poupança, como ele diz, pois somente daqui a uns 20 anos ele poderá “sacar” o que investiu…

Veja o aspecto dessa lavoura café e mogno com 6 anos de idade:

Os verdes grãos indesejáveis

Thiago Sousa

Em fins de janeiro, quando o Sérgio d´Alessandro, de Manhumirim, região da Serra do Caparaó, MG, relatou sua preocupação com uma indesejável florada, não havia ainda uma constatação da dimensão que esse evento alcançaria.

Em seguida, observamos o mesmo problema em outras origens como na Mogiana, SP, no Cerrado Mineiro, e na Serra da Mantiqueira, Sul de Minas, além de relatos de produtores do Oeste da Bahia e do Paraná.

Vejam, agora o efeito durante este importante momento, que é o da colheita. Esta sequência de fotos captada em lavouras de Dom Viçoso, Serra da Mantiqueira, MG.

1. Apesar do belo efeito estético, pode se ver perfeitamente as diferentes floradas, desde a mais antiga, com os grãos quase secos, e a mais recente, com os grãos verdes:

2. Nesta próxima foto, observe os grãos verdes em internódios (de onde saem os botões de flores que se tornarão frutos ou, dependendo da resposta fisiológica do cafeeiro, uma nova ramificação) que obrigatoriamente têm de ser colhidos agora, pois sua maturação será muito tardia.

Infelizmente, estes grãos se constituem em dupla perda: como verdes, serão descartados durante o preparo do café para a comercialização e, por outro lado, fazem com que esses internódios deixem de produzir na próxima safra.

3. Agora, um outro evento ainda mais preocupante: uma florada em pleno mês de junho (esta imagem foi captada no dia 21). O clima, definitivamente, está maluco…

Arquitetura dos campos de café 3

Thiago Sousa

Solar dos Werner, em Manhumirim, MG.

Aqui o destaque é o uso da cor verde ao invés da tradicional azul escuro. O efeito é, no mínimo, interessante, pois confere grande leveza às formas coloniais.

A Família Werner tem sua origem na Suiça, cujos imigrantes influenciaram fortemente a região da Serra do Caparaó, MG.

Ainda em Manhumirim, uma casa com a influência de Le Corbusier, em plena Matas de Minas!

Esta casa, de propriedade da Sra. América Segal Dias, foi construída pelo seu marido, Rubens, e que aplicou conceitos modernistas do genial Charles Jeanneret como, por exemplo, as janelas com volumes em fitas.

Aprecie esta preciosidade:

Agora um outro tipo de construção: igrejas.

E esta, em particular, é de uma beleza e história muito particulares.

É a igreja matriz de Carmo de Minas, Serra da Mantiqueira, MG. Com mais de 50 anos de história, tem suas linhas baseadas nas igrejas portuguesas, como bem demonstram os recortes em blocos da torre e laterais da nave principal. Toda a parte interna foi importada de Portugal, com os vitrais, as luminárias e algumas câmaras.

Vale a visita:

E agora?

Que lhe parece?

Este exuberante e imponente prédio é o Seminário da cidade de Manhumirim, MG. Mas, poderia estar em qualquer legítima “piazza” italiana, pois suas linhas nos transportam ao belo país que é berço do espresso!

Arquitetura dos campos de café 2

Thiago Sousa

Carmo de Minas, Serra da Mantiqueira, MG.

Esta é a casa sede da Fazenda Santa Rita, de Carlos Henrique, e que foi construída em 1928.

Mantém o tradicional porão e tem uma varanda com um moderno apoio de peitoril em ferro batido:

Veja, agora, detalhes da janela e a inscrição com o ano de sua construção:

Coromandel, Cerrado Mineiro. Uma construção centenária, esta é a antiga igreja sede da cidade, em estilo colonial. O nome “coromandel” é muito interessante e refere-se a uma árvore de grande porte comum nas florestas tropicais asiáticas. Coincidentemente, há uma cidade com o nome de Coromandel na Nova Zelândia!

Botucatu, SP.

A Fazenda Lageado, hoje parte do campus da UNESP de Botucatu, foi uma das maiores na produção de café nessa região de São Paulo.

Sua estrutura impressiona, principalmente pelos seus imensos terreiros de tijolo.

Nesta foto vê-se o antigo armazém onde ficavam as tulhas e o sistema de benefício de café. A entrada do café para as tulhas era feito em sua parte superior, alinhada com o terreiro, e cujo acesso era feito por esta ponte.

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Arquitetura dos campos de café 1

Thiago Sousa

Uma das coisas que me fascina é a arte das formas nas construções e, nisso, os Campos de Café são pródigos, seja ao evocar a época dos históricos “Barões do Café” ou mesmo instalações inusitadas.

Farei uma pequena série com registros de diferentes origens e construções que trazem um pouco da história da cafeicultura brasileira.

Começamos pela região Araraquarense, em São Paulo.

Este casarão centenário é a sede da Fazenda Monte Alto, em Monte Alto, junto ao centro geográfico do estado de São Paulo. Foi restaurado pela sua atual proprietária, Maria Helena Monteiro, num trabalho minucioso.

Abaixo, uma vista lateral do imponente casarão, que mantém a combinação tradicional de cores branco e azul escuro.

Seguindo para o Cerrado Mineiro, esta é a casa sede da Fazenda Santa Cecília, em Carmo do Paranaíba, de Pedro Humberto Veloso.

Observe bem a fachada:

Parece familiar?

Veja por este outro ângulo…












Este casarão, que tem aproximadamente 110 anos e que originalmente foi construído por missionários cristãos que estavam na região, serviu de palco para as filmagens do seriado “Grande Sertão: Veredas”.

Recuperado, Pedro manteve toda a sua estrutura original, inclusive as cores aplicadas.

Propaganda: Desperte!

Thiago Sousa

O Café Suplicy é um empreendimento do Marco Suplicy, de tradicional família paulistana ligada ao café, tanto na produção quanto na sua comercialização.

Após 2002, depois de viajar e conhecer as fantásticas cafeterias do NorthWest dos Estados Unidos, Marco resolveu lançar a sua no coração fashion de São Paulo, no badalado bairro dos Jardins.

Disposto a introduzir um novo conceito no Brasil, um dos pontos de maior impacto foi o treinamento oferecido aos futuros baristas, que teve a estrelada Sherry Jones, de Portland, OR, como guru.

Escolhendo excelentes cafés, inclusive alguns de muita exoticidade para o ainda não acostumado paladar brasileiro, a verdade é que o Café Suplicy se firmou como um local de vanguarda e, principalmente, como referência de um novo estilo de cafeteria.

Abaixo, uma divertida seqüência  de anúncios para estimular a todos beberem um café e “despertar o que cada um tem de melhor de si…”:

Café Y Piernas Pero Un Gran Café

Thiago Sousa

Com a valorização do Real, o brasileiro está viajando mais para o exterior, apesar do caos ou “apagão” aéreo que o Brasil tem passado desde o final de 2006.

Um dos destinos prediletos nas férias de julho é o Chile.

Viagem agradável, não muito longa, desde que embarcados…

Apesar da entrada da rede norte-americana Starbucks em Santiago, que conta com 10 lojas, os chilenos dessa cidade demonstram uma paixão pelo café de longa data.

Duas casas tradicionalíssimas, localizadas na área central de Santiago, mantém uma história de quase 30 anos: são o Café Haiti e o Café Caribe.

Ambas são do mesmo empresário, um italiano de nome Señor Lubiano que migrou a mais de 40 anos para o Chile e que não queria ficar sem saborear o seu espresso.

Desde a escolha das máquinas, que são todas da tradicionalíssima empresa de máquinas paraespresso Gaggia e de 4 grupos errogadores (onde são encaixados os porta-filtros com o pó), raríssimas de se ver, e escolha do blend do café, tudo é obra do Señor Lubiano.

O Café Haiti, que fica na Calle Ahumada, possui um amplo salão, onde 4 imponentes máquinas Gaggia dominam um longo balcão onde são os servidos os cafés.

Seu movimento é impressionante, intenso durante todo o dia.

Sua clientela modifica-se em função do horário, sendo que no meio da manhã predominam os empresários e profissionais liberais, que discutem sobre a economia e rumos dos negócios. À tarde, o ambiente fica mais familiar, e até com diversos grupos de senhoras que aproveitam o local para um alegre encontro.

No final de semana, as famílias tomam conta, definitivamente, vendo-se pais e filhos se acotovelando nos balcões e desfrutando das bebidas de café que essa tradicional casa serve.

Um dos mais pedidos é a versão da casa do cappuccino, como pode ser visto na foto a seguir:

Y las piernas?

Si, las hay…

A princípio, pode-se achar que o ambiente é machista porque as atendentes usam vestidos colantes, deixando à mostra pernas. E todas as “chicas” possuem belas piernas

Mas, o ambiente familiar logo faz com que essa primeira imagem se desfaça e percebe-se que há, antes de tudo, naturalidade e muito respeito.

Nesta foto estão Jocelin, à esquerda, e a Sra. Leontina, que completou 25 anos de casa!

Leontina, como faz questão de ser chamada, é extremamente atenciosa, sugerindo bebidas e comentando sobre a história da casa.

Só a divertida conversa com ela já vale a visita.

Space Coffee um café especial diferente

Thiago Sousa

Grãos de café que foram ao espaço!

Um Café Especial diferente? Espacial!?

No último dia 02 de junho foram ao espaço grãos de café como parte de um interessante projeto científico desenvolvido pela JP Aerospace, de Carson City, NV, USA, e que se auto-intitula como “O Outro Programa Espacial Norte-Americano”.

Na realidade, a nave espacial não é nenhuma Enterprise, mas um balão especialmente desenvolvido para pesquisas espaciais que leva em uma pequena estrutura diversos experimentos científicos até a estratosfera, numa altitude aproximada de 27.000 m.

Os experimentos são de estudantes das escolas da região e como regra básica devem estar contidos em bolas de ping-pong (ou como os esportistas preferem, bolas de tênis de mesa), para que o maior número possa ser executado.

Os estudantes colocam, por exemplo, sementes diversas e sensores eletrônicos entre outros.

Daí o divertido nome de PongSat Project!

Veja, abaixo, a preparação dos experimentos, já alojados nas bolinhas de ping-pong.

Segundo John Powell, Presidente da JP Aerospace (www.jpaerospace.com), os estudantes não têm qualquer custo para o envio de seus experimentos ao espaço e todo o serviço é executado por voluntários, como professores, pesquisadores e outros profissionais.

Mais de 300 jovens cientistas já foram beneficiados nesse projeto.

O balão sobe a uma velocidade média de 240 metros por minuto, até atingir a faixa da estratosfera, onde se vê a curvatura da Terra e acima a escuridão do espaço sideral predomina. Nessa faixa, a temperatura chega a quase 90°C abaixo de zero.

Então, o balão estoura e cai vertiginosamente, ultrapassando a velocidade do som (340m/s) até o momento em que um paraquedas é automaticamente acionado. Geralmente, a distância da aterrissagem não é mais que 16 km do ponto de partida, na região desértica de Nevada, onde fica Carson City.

Veja, em detalhe, a estrutura onde ficam os experimentos:

Na Missão #33, foi levado um pouco de café para que, após essa incrível viagem, ele ganhasse statusde algo inusitado, um novo Specialty Coffee: Space Coffee.

O objetivo, segundo Powell, é o de levantar fundos para que o PongSat Project siga em frente e, porisso, esse pequeno lote de café está sendo leiloado no e-bay.

Muito legal, não?

Elegant Coffee: Ristretto

Thiago Sousa

Elegante. Simplesmente.

É assim que pode ser definido o ambiente do Ristretto Roasters, uma cafeteria e micro-roaster que fica na área NorthEast de Portland, OR.

Guardem este nome.

Idealizada e comandada pelo simpático Din Johnson, esta cafeteria se destaca pelos belíssimos espressos servidos num ambiente acolhedor e que emana muita elegância.

Apesar de estar numa área da cidade de Portland onde a maior parte das Coffee Houses são bastante alternativas, Din imprimiu à ambientação atmosfera lounge, que se reflete no serviço com baristas que transmitem vibração zen.

Din comentou que adora a alquimia do café e tem feito suas escolhas com origens como Ethiopia, alguns da América Central e, como classifica, essenciais Naturais do Brasil.

A torração é feita pessoalmente por Din, fazendo questão de ressaltar que faz parte do novíssimo movimento dos “Hand Crafted Coffees” ou “Cafés Artesanais”. As discussões técnicas sobre torra de café que Din gosta de acalorosamente participar mostram seu entuasiasmo e perfil de artesão.

A seguir, Din e eu, seu Coffee Traveler, diante de seu torrador:

Finalmente, uma composição com um café de filtro e um belo espresso que Din nos serviu:

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Black Coffee by Humble Pie

Thiago Sousa

Trânsito pesado, ar seco, poluição e aeroportos em pleno caos.

Estradas esburacadas, sem conservação, tornam as viagens muuuiito longas.

Esqueça tudo isso, por um momento.

Não pense na safra pequena cheia de grãos verdes, nem na cotação em queda livre do dólar na hora de vender o café.

Deixe de lado, por instantes, a lembrança de horríveis cafezinhos jazendo em garrafas térmicas, ou de espressos mal extraídos.

Hoje é sábado!

Imagine-o como um dia de renovação, de recarga de energias positivas e de muita inspiração!

Para ajudar, prepare-se para assisitr a uma interpretação inesquecível da canção Black Coffee pelo grupo Humble Pie. Ah, sim, com uma simples mas bem preparada xícara de café…

Ecologia e cafés sustentáveis

Thiago Sousa

A preocupação com as questões ecológicas tem crescido nos últimos anos, sendo que as recentes demonstrações das alterações climáticas tornaram todos mais sensíveis ainda.

Novas palavras e expressões foram rapidamente incorporadas ao nosso dia a dia, como “seqüestro de carbono”, “sustentabilidade”, “responsabilidade ambiental” e ecologia. Modelos de casas ecológicas estão surgindo, demonstrando como todos nós podemos contribuir para que o nosso planeta não seja tão judiado.

O conceito de sustentabilidade compreende um conjunto de ações e posturas adotadas por um sistema de produção que visa preservar os recursos naturais e as vegetações nativas, proporcionando às novas gerações sua continuidade sob maior sentimento holístico do mundo.

Assim, as reservas naturais numa propriedade, muito mais do que uma obrigatoriedade legal, podem ser um valioso instrumento de perpetuação da biodiversidade nativa.

Na cafeicultura, assim como em outras lavouras, o tema tem despertado grande interesse de todos os agentes da cadeia, desde os produtores, até as indústrias de torrefação e os consumidores. E Certificadoras que garantam um processo de produção com forte enfoque na sustentabilidade e na conservação ambiental estão desenvolvendo trabalhos muito interessantes.

Como já comentei anterioremente, a Certificação da RainForest Alliance, cujo selo de identificação possui o famoso “sapinho” (na verdade, é uma perereca…), possui normas de produção que visam a preservação da vegetação nativa, além de abordar aspectos sociais e comunitários. Hoje, além do café, são certificadas produção de madeira e frutas.

Conheça a seguir um pouco mais sobre essa certificação através do depoimento do Eduardo Trevisan, responsável pela área de café do IMAFLORA, certificador Rainforest no Brasil:

O valor da esmeralda: USD 17,196 por 60 kg!

Thiago Sousa

Durante a Conferência da SCAA – Specialty Coffee Association of America (Associação Americana de Cafés Especiais), que aconteceu de 04 a 07 de maio último, em Long Beach, CA,  participei de uma série de avaliações de cafés provenientes de vários países que possuem convênio de cooperação com a SCAA.

Esse evento, que é o Roasters Guild Cupping Pavilion, durou 3 dias quando mais de 30 profissionais da área de classificação de cafés especiais de vários países puderam avaliar amostras de cafés dos países da América Central, África, América do Sul e Pacífico.

Do Brasil, além de mim, seu Coffee Traveler, participou ativamente o Jack Robinson, que é o Degustador e Classificador do Café Bom Dia, de Varginha, MG. 

Haviam cafés realmente maravilhosos.

Nesse certame, o café da Hacienda La Esmeralda, de Boquete, Jaramillo, Panama, foi considerado o melhor, seguido de perto do Finca El Injerto, de Huehuetenango, Guatemala.

A classificação final do Cupping Pavilion pode ser verificada através do link

http://www.scaa.org/pdfs/news/SCAACuppingPavilion2007WinnerPressReleaseFINAL.pdf

Um dos concursos de qualidade de cafés que conta com o apoio oficial da SCAA é o que acontece anualmente no Panama e que tem o nome The Best of Panama.

O lote vencedor foi o da Hacienda La Esmeralda, de Boquete, Jaramillo, Panama, a exemplo do que ocorreu no certame de 2006.

Esta fazenda, que é propriedade de Mr. Price Parterson, está localizada numa região vulcânica e a mais de 1.200 m de altitude.

Apesar de sua relativamente pequena latitude, que é de 8°47’58″ Norte, como você pode verificar pelas informações nesse mapa do Google Earth reproduzido ao lado, as condições geográficas são impressionantes.

Junto com isso, há uma especulação de que a combinação com estas particulares condições geográficas e o emprego de uma variedade denominada “gueisha” dê um toque de sabor que lembra os grandes vinhos borbulhantes produzidos em Champgne.

Dois amigos, Tom Owens e Willem Boot, em particular, após a rodada final, comentaram sobre isso. Willem disse que havia pontuado com 97 pontos SCAA esse lote La Esmeralda, dizendo que reconhecia as características sensoriais da variedade gueisha.

Bem, no dia 29 de maio último, quando se realizaou o leilão via internet com a infra-estrutura e apoio da SCAA, o lote campeão, La Esmeralda Especial, foi arrematado por nada mais, nada menos  que estonteantes USD 130 per-pound, o que equivale a USD 17,196 por 60 kg (R$ 32.845,00 por saca de 60 kg)!

É o pode valer La Esmeralda…

Beber Café é Divertido

Thiago Sousa

As peças publicitárias de café, ao longo dos anos, vêm apresentando o “beber um café” como um momento de confraternização ou de relaxamento individual.

O temário, na realidade, é muito amplo, pois pode ser ressaltada uma origem e seus atributos de sabor, ou um sistema de preparo ou, ainda, um estilo de consumo.

Selecionei algumas peças que são muito divertidas e que se expressam por um ângulo inusitado:

1. Esta peça ressalta os efeitos da cafeína. Turbine sua vida, seja mais rápido!

2. A próxima peça, campanha do Nescafé, é minimalista e, por isso, genial. De novo, destaca o efeito da cafeína, porém numa linguagem sofisticada, que fica evidente pelo impacto do uso apenas das cores antagônicas “Preto & Branco”:

 

3. Irreverente é o mínimo que se pode dizer da peça da Stumptown, uma micro-rede Premium do NorthWest dos Estados Unidos. Revela o lado energético e até afrodisíaco do café…

Vintage 2

Thiago Sousa

Continuando a série, mais algumas peças incríveis:

Interessante vaporizador. Observe que há um réchaud a álcool na parte inferior.

Torrador manual, porém com aquecimento através do eixo central. É uma belíssima peça!

Elegante máquina para espresso Roma de 2 grupos.

Vintage 1

Thiago Sousa

Esta é uma pequena seleção de incríveis máquinas que são retrato de interessantes momentos da história do café.

Esta é uma cafeteira elétrica da Sunbeam de alumínio e cabo em baquelite.

Uma cafeteira para bares e restaurantes similar a nossa tradicionalíssima Imperial.

Incrível Moedor de café, sem retenção, utilizado em supermercados!

Spella Caffè

Thiago Sousa

Portland, a chamada “Cidade das Pontes” do estado de Oregon, North West dos Estados Unidos, tem uma das maiores concentrações de cafeterias que oferecem fantásticas xícaras de espresso e companhia.

Esta cidade, que é considerada como a que possui “A Melhor Qualidade de Vida” das cidades norte-americanas em 2006, é um vibrante caldeirão cultural e de culturas, com pessoas e estilos que vão dos mais alternativos aos de sofisticação “hi-end”. 

Há uma charmosa praça em Downtown Portland, onde você pode encontrar diversos trailers com diferentes serviços, que vão de refeições mexicanas às asiáticas, além de cafeterias.

Bem na esquina entre a South West 9th Avenue e a Alder Street você encontra a cafeteria do simpático Andreas Spella: é o Spella Caffè.

Andreas, cujo nome não esconde sua descendência italiana, é um roastmaster com passagem em algumas das mais tradicionais torrefações da região e resolveu, recentemente, estabelecer seu próprio negócio.

Ele mesmo faz escolha das origens e  artesanalmente as torra, criando um blend que já se tornou referência em Portland, e que  alguns críticos de gastronomia consideram obrigatória a passagem pelo Spella Caffè se você quiser saborear um belíssimo espresso acompanhado de alguns bolos e tortas que o próprio Andreas prepara.

Além de tudo, um Chef du Pâtisserie!

Pequenas mesas de ferro batido, evocando brasões antigos, ao longo da calçada criam um particular convite para desfrutar a vida, principalmente se o céu estiver ensolarado.

Além disso, Andreas é um bom papo, com grande conhecimento não somente na arte do café, mas em cultura no geral.

É isso que torna o seu café ainda mais especial.

Aqui, eu, seu Coffee Traveler, estou junto à janela onde Andreas faz o atendimento com seus impressionantes espressos.